13 de out. de 2014

50 tons de cinza




     Todo mundo fala, reclama e critica o livro, eu nunca disse nada, vamos ver se consigo colocar a minha opinião...
     Bom, sobre o livro em si não posso falar nada, pois não o li, sei o que me disseram sobre ele e um pouco da historia que lá esta, portanto sobre o conteúdo do livro não estou apta a discutir, concordar ou discordar de nada.
     Mas eu vejo uma coisa...
     Conheço o BDSM desde meus 18 anos, hoje estou com 39, certo que não vivi o BDSM todos esses anos me afastei e tive apenas um dono (relação 24/7 por 5 anos) e agora a minha dona (onde vivemos mais que uma relação estritamente BDSM, moramos juntas somos além de D/s, namoradas e amigas).
     Nesse meio tempo, confesso que conheci alguns fakes, e tive algumas sessões com amigos. Gosto muito de estudar e procuro sempre estar pesquisando e tentando aprender com os grandes mestres que me cercam, alguns “dinossauros” do meio que não frequentam o virtual, mas que praticam o BDSM que conheci a mais de 20 anos
     Eu classifico o BDSM de duas formas, antes do face e pós-face... Antes dessa onda de internet, facebook, blogs e toda essa gama de informação que temos hoje, era mais difícil conhecer e encontrar pessoas que praticavam nossa arte, um ia conhecendo o outro e apresentando em clubes restritos, digamos que era tudo meio escondido, eu mesma fui a clubes e festas com meu dono nessa época, não era como hoje nos bares e clubes era algo mais discreto e cheio de liturgia. Rsrsrs
     Como a sub andar sempre um passo atrás de seu senhor e sempre à esquerda, ou nunca se sentar antes dele, nem na mesa, um nobre jamais se aproximava de uma menina mesmo esta estando desacompanhada, e uma menina jamais entrava numa festa sem uma coleira mesmo uma coleira de proteção, se uma perdia a coleira era logo amparada por um mentor que cuidava, protegia, e apresentava outro dom ou domme a esta menina. Uma liturgia que não vemos hoje, uma forma de comportamento a muito esquecida afinal é muito fácil ver anúncios por ai de dom procurando sub, de sub procurando dom (me) pior dizendo o que o top deve fazer. Kkkk
     Não posso deixar de rir quando vejo tais anúncios, mas este não é meu assunto de hoje...
     Com o livro muita gente que se sentia vazia e infeliz conhece um mundo novo, esse livro pode trazer muito fakes, mas também traz aquelas pessoas que nunca tiveram a oportunidade de conhecer o BDSM, me lembro de uma menina que entrou no grupo há uns 2 anos mais ou menos veio mentindo dizendo que estava fazendo uma pesquisa, conversei muito com ela e dei alguns toques hoje ela é uma masoquista de primeira, kkkk apanha gemendo e pedindo mais, né amiguinha?
     Conheci nesses meus 2 anos e meio de internet muitas pessoas que leram o livro e acabaram chegando a mim com duvidas e medos, alguns confesso não deu em nada, mas outros são nobres e subs de primeira linha. Pessoas que estão praticando o BDSM e sabem mais que muitos que se dizem antigos no meio.
     Acho o seguinte, acabei de ler um texto onde a pessoa dizia que o livro somente mostra um romance, não o BDSM, como eu disse não li o livro portanto não sei. Mas vamos pensar comigo? O BDSM é um conjunto de fantasias e fetiches, certo? Ou errado? Se estou certa, um romance um pouco mais apimentado como o do livro não pode ser considerado BDSM? Se não, porque não? Quem disse que ser submissa se resume a ser masoquista? A sub não precisa gostar de apanhar para servir, não precisa gostar de urina na cara pra ser sub, não tem que chupar o dono pra ser sub, ou tem?
     O fetiche pode ser somente servir, estar ali disponível, querer uma pegada mais forte, ou simplesmente levantar cedo preparar o café e trazer na cama para seu dono, beijar-lhe e acariciar lhe, obedecer, se entregar sem necessariamente precisar apanhar ou gostar das técnicas que envolvem o BDSM.
     Ou será que um dominador só domina se for sádico? Só domina se bater, se humilhar, se urinar, se cuspir, etc., em sua menina?
     Um dom só é dom se chamar sua menina de puta e cadela?
     Um nobre só é nobre se chegar botando banca e mandando ligar a can. E ficar nua?
     A sub só é sub se se mostrar nua pra um estranho, ou se fizer o que não quer ou não gosta?
     O que eu acho do livro, deve ser uma boa leitura, que atrai gente que se ilude? Sim mas também traz gente que quer viver o BDSM seja da forma que gostar.
     E quem nos somos para criticar quem vive sua fantasia do jeito que fantasia?
     Uma definição sobre o BDSM que eu acredito ser certa:
“o BDSM é um conjunto de regras, fetiches e técnicas e cada um vive como lhe da prazer! O BDSM é acima de tudo a busca pelo prazer e auto conhecimento!”

{Flor de Lotus}_MS

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